Fazem parecer briga de bar, mas a gente sabe que o ódio existe. O histórico de violência aqui é antigo e envolve a luta pela terra

Como morreu

Na região de Guaíra, no oeste do Paraná, uma história parece se repetir há anos. Um indígena avá-guarani é assassinado. As autoridades justificam como briga de bar, os assassinos não são presos, a impunidade prevalece e, algum tempo depois, recomeça-se o ciclo. A última vítima foi o jovem Demilson Ovelar Mendes, de 21 anos, morto a pedradas. A crueldade, aliás, é outro traço dos assassinatos de indígenas no local, juntamente com o racismo da população contra a etnia e a disputa desproporcional de forças, em que se impõe o grupo de poderosos fazendeiros e políticos que defendem que "invasão indígena não combina com ordem e progresso".

O que dizem os investigadores

O assassinato de Demilson, segundo a polícia e o Ministério Público, não teve relação com conflito de terras, e sim com uma discussão em um bar que resultou no homicídio. A polícia concluiu o inquérito, apontando o envolvimento de duas pessoas – um adulto e um adolescente. O adolescente foi preso de forma provisória por 45 dias, mas já está solto.