No trabalho, não tinha salário nem dignidade – o banheiro era um barraco de madeira sem vaso sanitário, só com um buraco no chão.

Como morreu

Marlete foi uma das vítimas do que ficou conhecido como a Chacina de Baião. Ainda sob o luto e a dor, seu filho contou aos auditores fiscais do trabalho que o dono da fazenda onde a mãe trabalhava era conhecido por intimidar e não pagar seus empregados, especialmente os que iam cobrá-lo. Mas outro motivo por trás dos assassinatos seria o fato de que os trabalhadores sabiam de diversos crimes cometidos pelo fazendeiro. “Eles teriam percebido e comentado na região que o fazendeiro seria integrante de facção criminosa e que estaria traficando drogas”, aponta denúncia do Ministério Público. O fazendeiro foi acusado de ser o mandante da noite de terror, em que seis pessoas foram executadas.

O que dizem os investigadores

Do total de assassinatos de trabalhadores por conflitos de terra em 2019, esse é um dos raros casos cuja investigação está caminhando. O dono da fazenda onde Marlete trabalhava foi acusado de ser o mandante e está preso, assim como os intermediários e alguns dos pistoleiros – eles aguardam julgamento.