“A maiorzinha tinha 6 anos, era pequenininha também. Vendia os cocos e comprava comida. Cozinhava à noite para todo mundo. O dia que não tinha para comer, as minhas comadres davam arroz, feijão, carne, açúcar, café, sabão para lavar as roupas (chora).
O final de semana era mais difícil. Vinha de uma semana cansada na lida e ficava em casa limpando, ajeitando meus filhos. As crianças sempre perguntavam 'para onde o pai vai?'. Eu respondia que ele saía para comprar o alimento para nós comer. Uma vez, ele ficou fora quase um ano.
Quando voltava, não trazia quase nada (chora). Naquela época a gente não tinha nada dentro de casa, e hoje ainda não tem (chora).”
Maria Antônia Carvalho, 54 anos, trabalhadora rural e dona de casa